segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Carta de Apresentação "ENESSO VERMELHA"

Saudações!

Neste último ENESS, marcado pela revisão estatutária realizada periodicamente de três em três anos, diversos setores organizados do MESS, motivados pela importância do momento e pela inquietação acerca dos rumos que a ENESSO vem tomando de Londrina até os dias de hoje, sentaram e dialogaram em cima de propostas que visavam responder as problemáticas postas para nossa organização. Dispensando a pretensão messiânica de certos grupos, e priorizando o diálogo fraterno, coletivos de diferentes regiões voltaram-se para a real necessidade de fortalecer o MESS, direcionando seus esforços para os CAs/DAs e secretários/as de escola da ENESSO, isto é, para o movimento de base, entendendo que, acima de qualquer vanguarda autodeclarada, é preciso fomentar a construção coletiva, atingindo o máximo de estudantes em torno de um programa comum.

Em face de duas significativas e importantes mudanças no nosso estatuto (a supressão da União Nacional dos Estudantes – UNE e a descentralização da Coordenação Nacional da ENESSO) fica evidente o redirecionamento político-organizacio nal impresso pelas deliberações dos/as estudantes de Serviço Social no seu fórum máximo – ENESS.

A evolução do encontro levou a constatação de dois blocos políticos, que ao longo do ENESS disputaram o espaço mediante intervenções em mesas, brigadas, na própria revisão do estatuto, colocando suas propostas e realizando reuniões objetivando a edificação de um programa para ENESSO.

Ao final do encontro, na eleição da Coordenação Nacional, duas chapas, como já era esperado, se colocaram. A chapa 1, ENESSO VERMELHA (Coletivo Barricadas, Juventude Comunista Avançando, Consulta Popular, Coletivo Quebrando pedras , plantando flores, Coletivo Construindo pela Base e Independentes) , fruto de um amplo e enriquecedor diálogo entre militantes de diferentes organizações e de diferentes regiões, mas com um horizonte programático comum, venceu com 98 votos contra 54 da chapa 2, Avançando na Luta, formada por militantes da ANEL e parte, também, do PSTU. 14 votos foram de abstenções.

A recusa à chapa 2 mostrou a insatisfação dos/as estudantes de Serviço Social a política tocada por aquele grupo e a necessidade de reorganização do MESS pela base, e embora seja a isso que nos propomos, sabemos , no entanto, que não dependerá somente de nossa vontade, mas sim de um esforço coletivo, de uma articulação conjunta entre os CAs/DAs, secretários/as de Escola , Coordenações Regionais e Nacional da ENESSO e ABEPSS Discente. Para tanto, convocamos todos e todas para esta necessária e profícua construção.

ENESSO VERMELHA – Gestão 2010/2011


PROGRAMÁTICA

Vivemos, desde meados dos anos 70, um contexto de crise estrutural do capital e de imperialismo hegemônico global, centrado em uma potencia econômica e militar, os EUA. O capitalismo e o capital se aproximam dos seus limites históricos e sistêmicos, não restando alternativa positiva para a humanidade por dentro do modo de produção capitalista.

Na América Latina existe uma realidade de capitalismo dependente, onde a burguesia nativa é plenamente associada aos monopólios estrangeiros e seus interesses imperiais. Na América Latina, ao lutarmos contra o imperialismo já estamos lutando contra o capitalismo, pois ambos representam o mesmo bloco de poder indissociável. Até as bandeiras nacionais e democráticas que nos países centrais foram fruto do próprio desenvolvimento do capitalismo, em nosso caso só poderão ser conquistadas contra esse desenvolvimento, unindo-se desde o início à revolução socialista.

Seu desenvolvimento na América Latina a partir do neoliberalismo acentua o processo de precarização das relações de trabalho, mercantilização das relações sociais bem como a miséria e a pobreza.

Temos hoje uma implementação continua do neoliberalismo no Brasil apesar dos ritmos diferenciados ao longo da década de 90 e a primeira década do seculo XXI.

Em torno desta analise entendemos que as lutas do movimento estudantil e os movimentos sociais devam se travar em conjunto, as lutas no campo, nas favelas, na ruas e na universidade para construir uma contra-hegemonia capaz de transformar a sociedade.

As universidades brasileiras sofrem um ataque seríssimo com o processo de reforma universitária que precariza o ensino superior publico e oferta verba para o ensino privado através de programas para parcerias-publico- privadas. Não significa porém que antes destas reformas as universidades estavam boas, elas eram também reflexo da sociedade desigual.
Defender o currículo da ABEPSS, uma universidade com acesso para todos, com ensino, pesquisa, extensão é uma defesa diretamente ligada ao profissional que esta sendo formado. Um projeto contra a mercantilização da educação.
Neste sentido construímos alguns pontos a serem movidos no MESS:

1. Construção do MESS com os movimentos sociais entendendo a totalidade das lutas pela superação da ordem capitalista.

2. Reconhecemos a FENEX enquanto espaço fundamental para o diálogo com as demais executivas de cursos.

3. Pela democratização dos meios de comunicação, debate e fomento com os espaços e instrumento de contra-hegemonia da mídia como o jornal Brasil de fato.

4. Um blog da ENESSO que apresente tanto os temas referentes ao MESS, mas também ao que acontece no ME em geral, categoria profissional e movimentos sociais. Artigos, calendários de luta, links, documentos.

5. Novo posicionamento em relação à conjuntura nacional interna se expressa no combate ao neoliberalismo e não meramente a personificação demoníaca de figuras. Acreditamos que o capital se organiza através de diversos aparelhos articulados.

6. Solidariedade a revolução bolivariana em curso, bem como a resistência cubana em defesa do socialismo.

7. Apoio ao MST e outros movimentos camponeses e urbanos (via campesina, MTST, MAB, MPA,MTD) enquanto movimentos centrais na luta de classes.

8. Por uma articulação com o ANDES-SN e demais entidades da categoria docentes.

9. Contra a criminalização dos movimentos sociais.

10. Fomentar os cursos de formação política como CRB “curso realidade brasileira” e construir com o fórum nacional de monitores (como funciona a sociedade, análise de conjuntura, questão de gênero entre outros).

11. Fomentar os ELESS como forma de mobilizar a construir a base.

12. Pela consolidação do PEP vinculado a instrumentalidade do norte teórico metodológico marxista.

13. A ENESSO se materializa através do trabalho de base, articulação com CA's, DA's, secretários de escolas, CR's e pelos demais estudantes construindo em conjunto. Não se materializa apenas pela eleição.

14. A ENESSO é porta voz das deliberações do ENESS e não de interesses corporativos deslocados da base do MESS. Contra o aparelhamento politico da executiva.

15. Fomentar a discussão da cultura e as consequências da mercantilização e apropriação das suas expressões pela indústria cultural de massas.

16. Por uma cultura livre da intervenção política- ideológico-capitalis ta.

17. Fomentar a organização política e discussão acerca da formação profissional dentro do MESS. Assim como imprimir a questão do aprofundamento teórico do ME. Articulado com o caráter progressista (seguindo o norte teórico metodológico marxista) que predomina hegemonicamente com as diretrizes curriculares da ABEPSS.

18. Fomentar o debate aprofundado e qualitativo acerca do ensino de qualidade: o ensino que temos e o ensino que queremos. Por uma universidade popular.

19. Juntamente com as representações discentes em ABEPSS, incentivar as produções cientifica no sentido de garantir o conhecimento das diretrizes curriculares da ABEPSS, do PEP e com isso fortalecer a defesa de um ensino de qualidade em todas as modalidades (EAD's, presencial e semipresencial) tanto em universidades publicas como privadas.

20. Pensando em uma perspectiva de totalidade, fazer uma defesa do debate acerca do ensino de qualidade, potencializando o combate a expansão massificada, intencionando articulação política dos estudantes das diversas modalidades de ensino unificando a luta por uma universidade pública gratuita, laica, de qualidade, popular e com ensino presencial.

21. LUTAR PELA UNIVERSIDADE POPULAR.

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